terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Inverno

O dia estava demasiadamente frio lá fora, talvez fosse o dia mais frio do inverno de Nova York, eu sentei pacientemente, na soleira da janela, e olhei a neve cair, com tamanha lentidão, os cobertores de algodão, não estava me deixando quente o suficiente para meu queixo não bater de frio. Pensei em ligar à lareira, mas mesmo assim, não me deixaria mais quente, desconfortável. Sim eu estava desconfortável. Não pelo frio esmagador lá fora, e sim porque eu estava sozinha. Eu passei o meu inverno todo aqui na nossa velha soleira de nossa casa de madeira. A casa que agora eu não conhecia mais, porque em cada canto empoeirado, eu me lembro de seus abraços. Eu tive sim esperança, o meu inverno todo, talvez ele tenha sido mais frio, porque eu não tinha seus braços para me aquecer quando meu corpo indefeso, precisou de calor, eu não sei que se em todo esse tempo, você foi fiel a mim, talvez você precisasse de um corpo para te aquecer. E eu não estive lá.

Levantei calmamente, e liguei a velha lareira, as chamas, queimavam rapidamente, empermeando a sala com o cheiro de carvalho queimado, junto com o aroma de chocolate quente. E eu me arrestei novamente, para velha soleira. Era minha distração olhar para janela e ver a neve cair tão delicada, sobre as folhas das árvores de pinheiro. Os dias pareciam mais escuros ali, eu te esperei. Oh sim eu lhe esperei, eu me arrumei todos os dias, e fiquei lhe esperando, até que agora o descuido era inevitável, porque me olhar no espelho é angustiante. Há quanto tempo eu não saía, dessa casa mesmo? Um mês talvez? É deve ser, seu celular andou desligado faz um tempo, você não tem mais tempo para mim? Ou será vergonha, falta de vontade de falar comigo talvez? Parece impossível outra hipótese, eu já cogitei todas possíveis respostas em minha cabeça. Mas minha esperança acabou de se apagar totalmente, como as ultimas fracas faíscas que restaram da lareira.

Eu não tive nem um terço de vontade de me levantar novamente para acender a lareira, há alguns dias atrás foram queimadas pelas fortes labaredas, minhas cartas, mas afinal para quê cartas, se eu mal sabia onde você estava? Minha esperança foi queimada junta. Você realmente não apareceria mais, nunca mais.

Você terá que ser conformar com isso Brooke, minha consciência gritava.

E era isso eu realmente terei que me conformar, e voltei a observar a grande imensidade de neve. Passei o olho por toda paisagem novamente, ela nunca muda, somente a quantidade de neve, só.

Árvores. Árvores. Casa. Carro. Cabana. Árvore. Árvore. E Drew.

E eu o vi, não houve tempo para lágrimas de emoção, sorrisos, nem ao menos um grito de surpresa, disparada eu corri até a porta, tropeçando diversas vezes até o meu objetivo, a minha afobação foi tanta, que não me arrepiei quando a corrente de ar passou por mim, e eu continuei correndo, como uma criança, quando vê um doce.

Eu parei suavemente em sua frente, eu não o beijei, não pulei em seus braços, nada de chegadas clichês, apenas fiquei ali o admirando, relembrando cada traço. Ele parecia ainda mais bonito, seus olhos, não eram verdes, ou azuis, como todos desejam para seu príncipe encantado, era preto, como a escuridão da noite, a única escuridão que eu tenho o prazer de me perder, e não me encontrar, nunca mais. Mas dentro daquela imensidão de breu, havia um brilho, o melhor brilho, o único brilho que eu iria me cegar para o olhar de perto.

Senti a neve derretida escorrer por minha coluna, e pequeninos flocos de neve, se acumular sobre meus cílios. Aí sim, eu não consegui me controlar, as lágrimas rolaram pela minha face, e de tão pesadas e em excesso molharem minha blusa, e meu maxilar bateu de frio. Ele veio até mim, e entrelaçou suas mãos nas minhas, sem dizer uma palavra. E me levou para dentro.

Drew simplesmente, me carregou como se isso fosse à coisa mais normal do mundo, e me deitou suavemente no sofá, e rumou novamente até a porta, eu me desesperei.

-DREW, - eu gritei e ele olhou-me assustado. - Por favor, fique. Eu preciso de você aqui, não vá embora novamente, - eu solucei e abaixei a voz. - Por favor.

Ele veio até mim, e levantou meu queixo.

-Eu não vou embora Brooke, só vou pegar minhas malas lá fora, minha querida. –Ele disse em tom de riso, junto com uma intensa troca de olhar, preto no verde. E talvez, só talvez isso seja para sempre.


Olá galera bonita *-*

então outro texto, bem não é um texto é uma historia, e eu pensei em ter continuação, mas eu não sei, fica por vocês, é isso. Já sabem o quanto eu estou feliz pelos meus selos *-*. Boa semana. beijos beijos s2

8 comentários:

  1. acho que você deve continuar. neve e NY são perfeitos *-*, dei uma lida em textos mais antigos seus e adorei,são muito bons :D. parabéns. beijos

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  2. aaaah amiga, continue *-* é tão linda essa história, eu gostei, acho que você deve continuar. neve e NY são perfeitos +1 beijos te amo s2

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  3. é tão tão tão perfeito esse texto que eu vou lendo de queixo caido. Amo demais essa história! Melhores personagens e os nomes deles são criativos pra caramba. Quem inventou? HAHAHA Perfeito!

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  4. aa que história perfeita que eu ouvi tanto enquanto estava sendo criada , eu amei *-* bells a garota do blog <3

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  5. ah, que linda *-*
    adoro histórias :)
    continua siiiiim ;p

    a propósito: muito, muito, obrigada pelo selo *-*

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  6. adorei o texto, garanto que se você continuar fará aquele sucesso ;D

    a propósito, agradeço por ter colocado meu blog na sua lista, muito obrigada realmente, colocarei o seu na minha tbm viu ;)

    beijinhos Bells ;*

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  7. Parabééns guria, tu escreve muuito bem viu?!A história ficou maravilhosa, tenho certeza de que se houver continuação será melhor ainda :*

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  8. Mega história :DD
    LINDO demais o teu espaço flor!
    Adorei de verdade mesmo.
    beijos doces :*

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"Não importa quanto vá durar – é infinito agora."